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Foto do escritorKátia Boroni

Pododermatite

Atualizado: 21 de out. de 2020



Pododermatite

Um problema muito sério porém pouco notado


M.V. Rafael Nudelman

CRMV-Rj 11684

Prosilvestres


Pododermatite ou bumblefoot, é o nome dado a uma afecção muito comum em aves de rapina porém poucos dão a devida atenção, uma vez que está enfermidade pode ser muito séria e levar a graves problemas de saúde, podendo ainda comprometer a vida da ave.

Caracterizada por uma lesão na sola da pata da ave. Sendo muito frequente em aves de rapina mantidas em cativeiro, seguindo uma ordem de susceptibilidade, os falcões, gaviões e corujas são mais acometidos.

A pododermatite pode evoluir desde uma simples lesão epitelial do coxim a uma osteomieliete. Inicialmente a lesão pode iniciar apenas com uma inflamação podendo levar a infecção, inicialmente a pododermatite começa com um pequeno ponto preto na sola, com reação de inflamação (hiperemia – tecido vermelho, quente), com a evolução e inoculação de possíveis bactérias a evolução é rápida e passa a não só acometer a pele, mas como invadir o tecido subcutâneo, podendo evoluir para um abscesso e comprometer tendão, chegando a rompe-lo em casos mais avançados. Pode ocasionar também uma artrite séptica do osso sesamóide do segundo digito e ainda pode comprometer até mesmo o osso, levando a um quadro chamado osteomielite (quadro gravíssimo de infecção). Infecções crônicas podem evoluir a endocardite (“inflamação do coração”) bacteriana.

Quando acomete o tendão, e rompe, essa ave pode perder a mobilidade dos dedos (dígitos) e perder a possibilidade de preensão (captura de presas).

Casos de osteomielite, são de gravidade alta! Podendo levar a ave a morte.


Gavião-Carcará (Caracara plancus) com pododermatite nível 3 no seu coxim plantar além de diversas deformidades nos seus dedos e garras,

As bactérias associadas aos casos de pododermatite, incluem Staphylococcus sp., Escherichia coli, streptococcus sp., Clostridium sp., como principais agentes envolvidos, por isso antibióticos específicos são necessários, assim como algumas vezes, coletar material e enviar para cultura e antibiograma.

A predisposição está relacionado a poleiros inadequados, sobre peso (obesidade), dieta inadequada, falta de vitaminas, higiene do local, problemas cardíacos entre outros.

O diagnostico é realizado através de um minucioso exame clinico do médico veterinário, porem exames complementares como hemograma, bioquímica, cultura do exudato e exame radiográfico ajudam o diagnóstico e prognóstico da lesão, assim como também para avaliar e saber o estado de saúde da ave.

O tratamento e o prognóstico dependem do grau de lesão, podendo necessitar de intervenções cirúrgicas em casos mais graves (avançados). Por isso a observação constante da ave, dos pés é extremamente importante, pois o diagnóstico precoce, favorece o tratamento e o prognóstico!

Medidas preventivas incluem dieta balanceada, poleiro corretos, higiene constante dos poleiros e piso do local da ave, piso adequado, assim como evitar o sobrepeso.

Sendo assim, apesar de ser muito comum e frequente essa afecção e a principio não ter maiores comprometimentos, é importante sempre ficar atento ao inicio da lesão para evitar maiores complicações e comprometer a saúde da ave.

Pequenos sinais como apoiar menos o membro acometido, evitar segurar o alimento com a pata acometida, perda de peso progressiva são sinais que podem sugerir essa afecção. Para um tratamento adequado, deve procurar um médico veterinário especializado em animais silvestres, realizar os exames solicitados e aderir ao tratamento prescrito.

Qualquer dúvida, estou a disposição para ajudar!

M.V. Rafael Nudelman

CRMV-Rj 11684

Prosilvestres – Medicina de Animais Silvestres www.prosilvestres.com.br


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