Dos dias 04 a 07 de Setembro ocorreu o III ENF - Encontro Nordeste de Falcoaria, evento realizado pela ANF - Associação Nordeste de Falcoaria. Como associada da ANF fui prestigiar o evento e aproveitei para fazer uma série de reportagens e entrevistas especiais para o meu blog e que agora estão disponíveis aqui no meu site.
O Evento
Realizado na cidade de Conde - Paraíba, onde ficamos hospedados em uma pousada com fácil acesso ao campo, foi uma oportunidade para troca de experiências, conhecer novos e rever velhos amigos, e aprender com as palestras. O ponto alto foi a competição de caça ao escape de pombo com os parabuteos, e de lure-fly com os falções falco sparverius e falco femoralis.
As Entrevistas
Para cobrir este grande evento, eu entrevistei alguns falcoeiros que tiveram presença marcante neste evento. Confiram a seguir:
Dorival Lima – Presidente ANF
Sobre o III ENF o que você tem a dizer sobre a sua proposta e importância?
Cada edição do ENF tem que superar a edição anterior, e o III ENF cumpriu todos os requisitos do ano passado e ainda acrescentou diferenciais, o que nos deixou muito satisfeitos. Dentro do que podemos fazer pela nossa legislação e pequenos problemas normais em qualquer evento está tudo conforme o planejado.
Como você vê a falcoaria no Nordeste hoje?
A falcoaria no Nordeste sempre teve suas peças chaves, como na do sudeste, só que não tinha a mesma visibilidade, então as pessoas não sabiam da qualidade da nossa falcoaria. Talvez por antes não existir uma associação no nordeste ou porque não conseguíamos nos expressar na associação brasileira. O nordeste conseguiu destaque após a criação da ANF, e em apenas um ano ela cresceu muito porque já havia bons falcoeiros realizando um bom trabalho aqui, só não era divulgado como é agora. O livro foi um marco na falcoaria do Brasil e junto com o Manual de iniciação à falcoaria, que foi uma adaptação do manual português, ajudam aos falcoeiros brasileiros.
Quais são os próximos passos da ANF?
Fortalecer ainda mais a falcoaria no Brasil, com sua parceria agora com a ABFPAR, pois é através da união que ganhamos força. Queremos tornar a falcoaria cultura no Brasil, e a legislação virá como consequência. O nosso objetivo é explodir a falcoaria no Nordeste e contribuir para a sua ampliação no Brasil. Queremos muitos novos praticantes. Para a ANF é através da exposição de vídeos de controle de fauna que conseguiremos uma legislação para a falcoaria, pois assim mudamos a opinião popular de que caçar com aves de rapina é algo negativo. Mas tudo mostrado com responsabilidade e ética. A ABFPAR segue o caminho da educação ambiental com o projeto PREDAR trabalhando com a base e a ANF quer ir pelo caminho do controle de fauna, com o mesmo objetivo que é conseguir a legislação para a falcoaria no Brasil.
Bruno Silveira – Diretor ABFPAR
O que você está achando do evento?
É a primeira vez que a ABFPAR vem oficialmente em um evento da ANF, e eu acho o evento muito bom. Muito embora as pessoas achem que a criação de novas associações firam diretamente os interesses daABFPAR a gente entende de forma contrária, o país tem dimensões continentais e a criação de novas associações nada mais é do que cada estado ter a sua representação de forma consolidada e pode dar um apoio direto para o seu associado em cada estado, coisa que a ABFPARantes não conseguia manter. Tendo então uma associação para cadaABFPAR dando suporte para essa associação como for possível é o melhor caminho, e por isso a ABFPAR tem parceria com todas as associações além de ter delegados regionais em cada região do Brasil.
Quais são os próximos passos da ABFPAR?
A ABFPAR está focada na reforma do espaço que nos foi cedido para a construção da nossa sede e centro de reabilitação, na organização do encontro administrativo de novembro, mas a nossa grande ementa é a realização do primeiro congresso de falcoaria do Brasil que acontecerá no Rio entre os dias 21 a 24 de abril de 2016.
Alessandra Oliveto, diretora da ANF e criadora do grupo FalcoeirasBr
O que você achou do evento?
Até agora tem sido mais o que esperávamos, sempre acrescentando novas coisas no evento a cada ano. Foram muitas aves voando, todos os falcoeiros interagiram muito bem e esperamos que nos próximos anos venham ainda mais pessoas de outros estados e associações e que os falcoeiros do nordeste também participem de eventos em outros locais porque aprendemos muitos nesses encontros.
Pela primeira vez tivemos uma grande participação das meninas do grupo FalcoeriasBr, você já está pensando em organizar um encontro do grupo?
Sim, temos conversado muito sobre isso. Antes do grupo FalcoeirasBr não sabíamos quantas meninas estavam na falcoaria, só algumas apareciam por que trabalham em empresas de controle, mas após a criação do grupo apareceram várias querendo aprender, muitas que trabalham em áreas afins como reabilitação, educação ambiental, fotografia de aves de rapina ou que até mesmo que tem uma coruja como pet mas que gostam da falcoaria e querem aprender. Já somos umas 20 meninas e estamos organizando um encontro para o próximo ano.
No encontro da IAF houve a participação de algumas meninas do grupo FalcoeirasBr e agora também no III ENF, qual a importância das integrantes participarem de eventos de falcoaria?
As mulheres sempre estiveram nos bastidores, as meninas já existiam, mas não havia um grupo para mostrar elas e por isso nos eventos elas não se destacavam ou se faziam notar. No III ENF dez mulheres entre falcoeiras, aspirantes e reabilitadoras participaram. As mulheres podem fazer tudo o que os homens fazem inclusive fazer até melhor porque temos mais sensibilidade com as aves, com o manejo. As mulheres falcoeiras não tem problema pra enfiar o pé na lama e pular cerca, tudo pelo amor à falcoaria, e temos que participar da mesma forma que os meninos participam, se sujando, resolvendo os problemas sozinha, etc.
Quais são os projetos futuros do FalcoeirasBr?
No encontro da IAF percebemos que já temos uma visibilidade muito boa, mesmo tendo sido criado em Março deste ano. Nós percebemos que já temos muito apoio e já fomos convidadas pelo representante do Qatar para participar de um evento, e também um evento do Pró-corujas no Rio. Nós queremos participar dos eventos que for possível, fazer o nosso encontro e divulgar o trabalho e progresso de cada uma dentro do mundo das aves de Rapina. O site permite que todos possam ir acompanhando o nosso trabalho e evolução.
Jorge Lisboa, Sócio fundador da ABFPAR
Como está sendo para você participar pela primeira vez do ENF?
Tá sendo bem interessante, eu já participei outras vezes de encontros da Abfpar e estou sentindo um clima de união entre as pessoas, de muita confraternização, e de querer fazer o melhor para a falcoaria, especialmente para a do Nordeste, mas com uma visão mundial do que é a falcoaria.
Como você vê a falcoaria no Nordeste hoje?
Eu vejo devido a criação dessa associação e principalmente pela colaboração da AFARN e da ANF e a ANF bastante forte, bem estruturada e organizada. Com a inclusão agora na IAF e com a publicação do primeiro livro. Houve um volume enorme de ave, e mostra uma vontade enorme das pessoas em participarem.
O que você acha da parceria entre a ANF e ABFPAR?
È muito importante e tem que existir realmente visando o bem maior da falcoaria no Brasil, deixando o ego de lado.
A ANF tem como proposta a divulgação de vídeos de controle de fauna para ajudar na criação de uma legislação de falcoaria no brasil, você acha que é este o caminho?
Sim, eu acho que basicamente nós temos a legislação para o controle de fauna e a reabilitação, só que na parte prática muitos CETAS e o IBAMA mesmo não têm muito interesse em reabilitação, mas no caso do controle de fauna como envolve o risco de vidas humanas eu acho que é um argumento forte para conseguirmos justificar a parte legal da falcoaria e tentar futuramente uma legislação.
Você apresentou sobre o gavião bicolor, qual a importância de divulgar esta espécie?
É uma ave com muito potencial para a falcoaria, mas também é reconhecida como uma ave com manejo muito difícil, eu não sou expert na área, mas a experiência que eu tive no voo das cinco aves. É uma ave com grande potencial que precisa ser mais explorada, que não tem a facilidade de convívio que você tem com um parabuteo ou falco femoralis, mas que se bem manejada você consegue sucesso com a espécie.
Você tem dois livros a serem lançados em breve, você poderia nos falar mais sobre eles?
O livro é introdução à arte de falcoaria no Brasil e já tá praticamente pronto, está em processo de publicação junto à Saraiva, mas devido ao evento da IAF na Argentina e a possibilidade de eu treinar um falcão peregrino e incluir uma parte prática eu segurei um pouco. O livro sobre o accipter bicolor já está praticamente pronto, sobre a minha experiência com essas cinco aves. Essa palestra que eu dei aqui é um resumo do livro e eu agora eu vou concluir ele e buscar a sua publicação e eu acho que vai motivar mais pessoas a quererem voar esta ave e trocar informações com a gente e assim todos nós crescermos no manejo desta espécie.
Qual deve ser o próximo passo para todas as associações?
É importante continuar com os eventos. A ABFPAR antes já tinha elaborado um projeto para criação de uma lei e a fizemos a pedido do IBAMA mas acabou não sendo aceita por ser uma lei que abrangia o território nacional. O caminho é tentar a legalização a nível estadual, cada associação em determinado estado procura a sua legislação estadual e assim vai ampliando, como aconteceu nos Estados Unidos com a NAFA, que começou apenas em alguns estados americanos e hoje é legalizado em todo o país. No meu livro inclusive eu vou divulgar esta lei que nós fizemos para o Ibama. A nova direção da ABFPAR está com vários novos projetos mas neste aspecto legal eu desconheço o que eles estão fazendo porque não tem divulgado abertamente, eu acho que o caminho é esse, buscar uma legislação estadual, no caso a ABFPAR buscar no Rio e a ANF em Alagoas e daí ir expandindo.
Qual a importância da presença de brasileiros nos eventos internacionais de falcoaria?
Eu acho muito importante, pois demonstra que o Brasil é um país em que os sócios demonstram interesse na falcoaria, mesmo com as dificuldades da nossa legislação. É uma forma de divulgar a falcoaria brasileira, e a ABFPAR e a ANF como membros da IAF demonstra o crescimento do país na falcoaria.
Felipe Furtado e Ively Maluna – Grupo Harpia
COMO FOI PARTICIPAR FAZENDO UMA PALESTRA NO ENF?
O mais importante foi mostrar a parceria muito grande entre aANF e o Grupo Harpia, porque existem polos muito isolados, tem polos em Minas, no Rio de Janeiro, aqui no Nordeste, e por isso nós tínhamos que vir, é importante participar para mostrar que no Norte temos um trabalho muito importante e inclusive queremos conhecer todo o Brasil através da Falcoaria, que é uma arte transcendental, muito além da biologia, que vai a todos os polos da sociedade.
QUAIS OS PROJETOS FUTUROS DO GRUPO HARPIA?
Nós acabamos de criar a associação e nosso próximo projeto é trabalhar na reabilitação de aves, nós conseguimos quatro centros na zona metropolitana de Belém para trabalhar com a reabilitação de aves, nós temos uma Harpia para treinar. Não trabalhamos só com reabilitação, também estamos intermediando aves para participarem de outros projetos, como estamos enviando uma Harpia para o Rio Grande do Sul para um projeto da Hayabusa, então estamos ajudando também outros grupos. Estamos também adquirindo aves novas, um buteo brachyurus e outro femoralis.
Nosso projeto é divulgar a falcoaria e implementar o projeto Predar da abfpar em Belém. E o nosso foco principal da associação é participar de outros estados da Amazônia, a gente tem um foco no Pará e Amapá e queremos ir em Outubro ir para o Amazonas e quem sabe no Acre para formar uma associação bem unida e ter força junto com o Brasil.
VOCÊS PENSAM EM FAZER UM EVENTO NA AMAZÔNIA?
Nós viemos justamente para pegar ideias para a realização de um evento futuro na Amazônia, chamando as pessoas para conhecerem o Norte do país já que quase ninguém conhece, todos estão convidados. A gente vê que o pessoal conhece o grupo, o apoia e isso só nos estimula a querer trabalhar mais e divulgar mais a falcoaria. Mas o importante é trabalhar na conservação dessas aves, a falcoaria é divulgada em tudo quanto é lugar, mas o trabalho de conservação e reabilitação de aves nós temos que focar muito porque são áreas precárias no Brasil. Nós queremos trabalhar especialmente com isso.
Ively Maluna - Grupo Harpia
COMO VOCÊ AVALIA A PARTICIPAÇÃO DO GRUPO HARPIA NO III ENF?
A nossa participação aqui está sendo muito importante tanto para conhecer pessoas como para ver as técnicas que eles usam, mesmo sendo o mesmo país a gente vê a diferença de treinamento de um bicho pro outro. É também interessante englobar mais pessoas no Brasil, e participar de um evento desses é muito gratificante, saber que as pessoas admiram o trabalho do Grupo harpia, coisa que a gente faz assim prazerosamente, coisa que a gente faz sem pensar que pode levar a pessoa admirar o nosso trabalho.
Joacil Germano – Presidente da AFARN e conselheiro fiscal da ANF
Fale um pouco sobre a origem do ENF
O encontro ANF surgiu da AFARN. A AFARN surgiu de um sonho que eu tinha de reunir o pessoal aqui do Rio Grande do Norte pra fazer falcoaria, porque até então só tinha eu praticando a falcoaria com um sparvérius e daí começamos a juntar gente que talvez tivessem potencial e criar cursos para descobrir pessoas com potencial para a falcoaria.
Nesse meio termo, antes mesmo de formarmos a associação o fórum do falcoria Online foi um norteador muito grande e que ampliou os horizontes. Eu iniciei a falcoaria e não tinha contato direto com outros falcoeiros e foi através do falcoaria online que eu conheci falcoeiros de outros locais e fazer outros contatos. Dorinho mesmo foi um exemplo de mais ou menos próximo em que a gente conversava bastante tanto pelo fórum quanto fora dele. E dessas conversas em um encontro da AFARN surgiu a idéia de se fazer um Encontro do Nordeste, eu ainda achava isso muito grande naquele primeiro momento mas aó surgiu a idéia, isso foi no segundo encontro da AFARN onde estavam presentes pessoas de Alagoas, Parána, Rio de Janeiro, que mesmo sendo local já abrangia mais gente de fora.
Dorinho conversando com Marcus Estevão da Abfpar apoiaram a idéia e apartir daí o encontro começou a se concretizar. Eu sugeri que fosse durante o encontro da AFARN porque fazer dois eventos em um ano seria complicado e por isso o primeiro ENF foi um encontro conjunto com o da AFARN e veio muita gente e muita ave e foi surpreendente. Do primeiro pro segundo ano surgiu a idéia de transformar isso na Associação Nordeste de Falcoaria, e no segundo encontro Nordeste de falcoria é que ela foi realmente criada através da assembleia. Estamos agora no terceiro evento então já temos um ano e meio de associação e já conseguimos fazer coisas que a gente nem imaginava.
Como você vê hoje a falcoaria no Nordeste?
Eu fico até arrepiado de falar, porque quando eu comecei não tinha quase nada de falcoria, era muito limitado e o pessoal que tinha não queria difundir este conhecimento, a gente já tem uma cabeça diferente. Eu queria difundir e Dorinho me ajudou nisso, porque ele também queria crescer a falcoaria no Nordeste, pelo menos juntar as pessoas que gostavam em grupos pra gente discutir e interagir mais. Só que a coisa tomou uma proporção maior do que a gente esperava, pelo menos do que eu esperava.
A gente colocou alguns princípios, tomando por base os erros que os outros tinham, principalmente na recepção de novos adeptos à arte, porque a falcoria no brasil de forma geral estava passando por um momento crítico porque muitas pessoas não tava querendo ajudar os novatos, e a nossa proposta foi exatamente isso, de agregar esses novatos, claro que de dez são só dois que ficam.
O crescimento da ANF foi espetacular, mas a gente sabe que ainda tem muito trabalho para ser feito. Quando a gente criou a AFARN eu tinha um sonho de fazer um encontro dentro do Serindó que é uma região de cultura de nordestina bem impregnada, dentro da caatinga, de um ambiente típico nosso um encontro que envolvesse todo o pessoal do nordeste. Ano passado em Novembro no dia Nacional da falcoaria a gente fez esse encontro da AFARN e nós juntamos gente de todo canto e todo mundo que veio ficou maravilhado com a falcoaria que houve nesse encontro. A gente viu o parabuteo atuando na forma como ele deveria atuar. Não sei se algum dia conseguiremos fazer igual, mas este foi perfeito.
Sobre o III ENF, qual a sua avaliação?
Perfeito, os encontros da ANF tem um enfoque mais didático e tá atingindo esse objetivo, esse é a proposta da AFARN que sempre fez encontros didáticos com palestras, discussões, cursos, para enriquecer a todo mundo, e a anf adotou e está crescendo cada vez mais. Esse momento didático é fundamental, é uma forma de confraternizar e de se conhecer pessoas que só conhecemos pelo computador e o encontro está atingindo os seus objetivos. Tem os momentos de campo que são importantes mas esse momento didático é fundamental para crescer a falcoaria, especialmente a do nordeste.
A ANF ainda tem muita coisa pra fazer, tem só um ano e quatro meses aí na luta e já crescemos muito, esse encontro da Argentina, por exemplo, foi ótimo para o pessoal conhecer o nosso trabalho e eu fico orgulhoso porque a gente está lá desde o início.
A gente ainda tem um projeto de reabilitação e eles são importantíssimos na falcoaria de reabilitação, e falta implementar esse projeto. E existe ainda um projeto que não é o de legalização da falcoaria porque esse é um projeto constante de todas as associações, mas existe um projeto dentro da ANF da ANF reconhecer o indivíduo como falcoeiro, dar o título a ele de falcoeiro e a ANF está trabalhando para pelo menos dentro do Nordeste fazer isso acontecer e isso vai se expandir, acredito que a ABFPAR vai também fazer isso.
E o que você acha da parceria da ABFPAR com a ANF?
Isso é fundamental, Isso nem precisaria ter um termo ou acordo, teria que ser algo obrigatório. Toda associação deveria ser subordinada à associação maior que é a ABFPAR. Todos estamos caminhando na mesma direção, é ótimo que haja esta união. Quando a AFARN surgiu ela automaticamente já era subordinada à ABFPAR e ela sempre nos deu apoio e suporte.
Glenilson Dias - Conselheiro fiscal da ANF e coordenador geral do III ENF
Qual é a importância do evento para o nordeste?
Como o evento cresceu rápido, na primeira edição tínhamos 16 pessoas, na segunda quarenta e agora cinquenta pessoas, batendo até o número de pessoas que foi pra argentina.
A falcoaria está crescendo no Nordeste mas ainda temos poucos adeptos no Nordeste, mas tem um diferencial muito grande no Nordeste porque tudo o que o Nordestino se propõe a fazer ele faz bem feito. Mesmo sendo pouca gente tem pessoas se destacando e a associação também reflete isso, mesmo com pouco tempo de trabalho a gente dá passos largos justamente pela insistência do povo, povo de luta que quando põe na cabeça faz e faz bem feito.
Foi me dado o desafio de fazer esse evento e foi muito complicado mas a gente teve muito apoio e muitos desafios mas deu tudo certo e tem muita gente falando bem já dele. O clima do evento é de amizade, de acolhida, e isso é muito bom.
O primeiro ENF eu fui sem conhecer ninguém e achei que ia aprender muito que teriam muitas palestras mas não teve muita mas eu aprendi tanta coisa no evento pela recepção do povo, eu só conhecia eles pela internet e chegando lá eles esclareceram as minhas dúvidas e acaba que você aprende muito. Você vê aqui que o pessoal tá confraternizando, tomando banho e piscina, bebendo, mas se você chagar lá tão todos falando de falcoaria, e esse clima que nós temos na ANF. As vezes é difícil responder novatos? Sim, porque as vezes você passa anos estudando uma coisa e chega uma pessoa que não sabe aquilo por preguiça e acaba que o pessoal é ríspido mesmo, mas a gente tem que pensar no bem da falcoaria e não no ego individual. Na ANF todo mundo tem temperamento forte mas no final da discussão a gente anulava a opinião própria e pensava no objetivo maior no evento como um todo, todos se ajudando e conseguimos fazer este evento.
Qual a importância das palestras em eventos de falcoaria?
É muito importante para a divulgação, para a interação com os mais antigos e é importante que o povo veja que o grupo de falcoeiros não é simplesmente pessoas que querem ir pro campo caçar, e sim pessoas que tem um objetivo que querem crescer no seu conhecimento, na técnica e querem também contribuir para a ciência, e isso é muito importante para a sociedade ver. Porque a sociedade tem uma imagem quando você fala de caça que é uma imagem ruim de quem vai depredar o meio ambiente, mas ninguém fala dos pontos positivos da caça, e isso a gente tem que fazer, mas temos que fazer com embasamento teórico. Por isso temos que diversificar o tipo de palestras, este ano tivemos de nutrição de aves de rapina, de identificação de aves de rapina, relato de caso de ave diferente e uma de treinamento propriamente dito. E eu acho que é este o caminho, a gente cada vez mais evoluir no campo e na nossa teoria pra quando a gente for discutir ter embasamento teórico.
O que vocês planejam para o próximo encontro?
O próximo provavelmente será em Pernambuco e já temos algumas ideias, e uma delas é escrever trabalhos dos associados como resumos simples e exposição de banner, para deixar o evento mais cientifico. E também fazer um tipo de workshop totalmente prático para que as pessoas possam aprende r a confeccionar materiais como capuz, para aprenderem, trocar material.
Qual a importância das associações fazerem os seus encontros?
É muito importante que as associações tenham seus eventos porque acrescenta muito tanto aos falcoeiros já associados por você forçar as pessoas a estudar, trazer palestras diferentes como também é um atrativo para novos integrantes, a gente tem que criar uma cultura de falcoaria, se a gente criar uma cultura grande eles não vão poder abafar a gente.
Os dois pontos que a gente pode trabalhar na falcoaria é a reabilitação e o controle, mostrando que o trabalho da falcoaria é favorável para todos, quando você trabalha com a reabilitação você tá auxiliando o meio ambiente e quando você tá trabalhando com controle você está salvando vidas indiretamente, quer seja tirando um animal que poderia colidir com um avião ou tirando animais que poderiam estar transmitindo doenças então você está favorecendo indiretamente a vida do ser humano, e é importante tocar nestes pontos para que o público veja a importância da falcoaria e também os aspectos positivos da caça.
Rayssa Rachel – Responsável pelo marketing do III ENF
Como foi para você organizar o ENF?
Antes de tudo um desafio porque eu não tinha organizado um evento do porte que o ENF se tornou este ano, e também é uma imensa satisfação, porque é um evento que reúne pessoas de locais distintos, de culturas diferentes por um único objetivo e por isso é muito gratificante e uma experiência muito rica para o meu currículo mesmo como estudante e profissional.
E como você vê a importância desse evento para a falcoaria brasileira?
A falcoaria aqui no Brasil está perdendo o titulo de elite, não da questão elitizada, mas da questão esnobe, ela tá se tornando realmente a essência, ela está voltando a ser essência. Reunir as pessoas, as técnicas, inovações, então em um evento do ENF que envolve pessoas não só do nordeste, mas também de outros lugares, é um momento de enriquecimento, com relação a conteúdo, a teoria, a contribuição para a falcoaria é que eventos como esse tornam os falcoeiros cada vez mais bem formados, falcoeiros que sabem o que estão fazendo, não estão só ali chamando a ave no punho, como se diz. Então é um enriquecimento mesmo de uma experiência real da falcoaria.
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