Entrevista André Harms Schuarts,
do Criatório Paradijs Vogel
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André Harms Schuarts nasceu e cresceu em Curitiba no paraná, cursou zootecnia na UFPR, é casado com a bióloga Renata Schuarts, e são hoje os proprietários do Criatório Paradijs Vogel que comercializa diversas espécies de aves exóticas e silvestres. Sua paixão por aves começou na infância, e hoje vamos conhecer a sua história na entrevista cedida aos sites Diário de Falcoaria e Corujando por ai.
Descendente de Holandeses, Harms Schuarts nasceu e cresceu em Curitiba, porém sempre esteve em contato com o interior, já que seus pais e familiares tinham propriedades no campo onde ele passava suas férias escolares.
Seu avô tinha uma fazenda de gado leiteiro, granjas de frango, e se dedicava também à suinocultura. Sua mãe conta que aos cinco anos, ao visitar o seu avô, ele ficava horas e horas observando as aves na granja e também nos jardins da fazenda. Sua paixão pelas aves só aumentava com o tempo, e no seu aniversário ninguém tinha dúvidas sobre o presente que ele mais desejava: Pássaros!
Aos 13 anos de idade ele começou a criar faisões, alguns psitacídeos e outras aves. Quando chegou a época de escolher em qual área atuar, a tradição e a insistência de sua esposa quase o fizeram abrir uma leiteria, uma atividade muito popular nas colônias holandesas, sendo praticada inclusive por muitos dos seus familiares e amigos. Porém ele não se sentia realmente realizado nesta atividade, seu sonho era trabalhar com as aves. Decidido em mudar sua vida ele levou sua esposa para conhecer alguns criatórios comerciais, e assim eles se mudaram para Teixeira Soares e abriram o Criatório Paradijs Vogel. Inicialmente os faisões foram as aves escolhidas para iniciar o criatório, e mais tarde vieram as outras espécies.
Conte um pouco da história do seu criatório. Qual a maior dificuldade em administrar um criatório comercial?
Desde a adolescência sempre tive o sonho de ter um criadouro licenciado para criar aves, sempre criei algumas espécies em casa e outras maiores no interior, com o tempo o plantel foi aumentando e o numero de espécies também, até que em 2015 resolvemos licenciar um criadouro comercial.
Inicialmente o objetivo era criar faisões, e aumentar o plantel dessas aves. Com o fato da regulamentação dos empreendimentos de fauna terem passado do IBAMA para o órgão ambiental estadual de cada estado, e de que no final de 2015 o Paraná ter regulamentado a operação desses empreendimentos dentro do estado, abriu-se a possibilidade de criar aves também da fauna silvestre (até então o IBAMA tinha suspendido a emissão de licenças para novos empreendimentos). Quando enviamos o pedido de autorização de manejo para o IAP, incluímos diversas espécies de aves. As primeiras matrizes vieram de outros criadouros comerciais, de permuta com zoológicos, e de destinações dos órgãos ambientais de aves que não poderiam voltar para natureza. No caso das corujas algumas tem sequelas de acidentes, em geral por apresentarem capacidade limitada de vôo.
Muitos criadores falam que a grande dificuldade está nos órgãos ambientais, com muitas críticas a eles, eu particularmente não vejo desta forma, a equipe do departamento de fauna do Instituto Ambiental do Paraná tem feito um trabalho muito bom, rápido e eficiente. Sempre que tive alguma duvida com relação a algum aspecto burocrático ou precisei de um determinado documento, foram muito atenciosos e rápidos em me auxiliar.
Quanto à administração, existem dificuldades, mas que são facilmente superadas quando a pessoa realmente gosta e está disposta ao trabalho. É uma atividade que exige uma grande dedicação, é necessário estar presente todos os dias no criadouro, não é possível se ausentar muito mais de um dia. Quando me casei nem pude tirar alguns dias de Lua de mel!
Diria talvez que a maior dificuldade de administrar um criatório é você pensar em todos os detalhes, com tantas espécies diferentes você tem que estar sempre atento a vários fatores: ter um controle de estoque de ração, frutas e remédios; providenciar sempre poleiros novos; observar os casais de cada espécie de aves e analisar seu comportamento individual; formular dietas diferentes para cada época do ano para todas as espécies criadas; tentar entender o que deu errado na temporada reprodutiva anterior e resolver os possíveis problemas, esses são só alguns exemplos bem simples de coisas diárias, fora os imprevistos.
Qual a maior dificuldade em reproduzir aves em cativeiro?
Eu acredito que é saber o manejo adequado para cada espécie, uma vez dominada a técnica tudo fica mais fácil. Mas mesmo assim nem tudo é previsível, para muitas espécies silvestres ou exóticas as informações sobre cada uma delas são escassas, e o que funciona para um colega não necessariamente vai funcionar igual se for repetido no seu criadouro.
Você precisa conhecer as necessidades de cada espécie criada, e conhecer também as suas aves como indivíduo. Ter uma noção do comportamento geral delas em vida livre muitas vezes pode nortear decisões acertadas, permitindo que nós consigamos suprir determinadas necessidades. Mas uma coisa é certa, quem entra nesse ramo só por dinheiro não vai pra frente, você precisa gostar, gostar e se dedicar muito, porque o retorno financeiro é demorado, não é fácil como pode parecer.
Quais são as espécies comercializadas hoje e qual é a mais exótica?
As espécies que comercializo hoje são faisões, marrecos, pavões, papagaios, arara Canindé (Ara ararauna), Maracanã verdadeiro (Ara maracana) , maracanã nobre (Ara nobilis), maracanã de colar (Primolius auricollis) e corujas.
A mais exótica acho que seria a murucututu (Pulsatrix perspicillata) e a gralha azul (Cyanocorax caeruleus), apesar de ainda não termos disponibilizado filhotes para venda. Também temos o faisão cheer (Catreus wallichii) que chegou a ser extinto na natureza, mas com um trabalho importante de reprodução em cativeiro e posterior reintrodução na natureza, a sua população selvagem está sendo recuperada, assim como no caso dos faisões Edwards (Lophura Edwardsi), recentemente declarados extintos na natureza.
Porque você decidiu reproduzir aves de rapina? E porque escolheu reproduzir tantas espécies de corujas?
Quando fizemos o projeto do criadouro com o biólogo Luis Roberto Francisco, que cuidou de toda a parte burocrática, pedimos a autorização para duas espécies de corujas. Eu estava conversando com minha esposa sobre quais espécies incluir na lista de aves que pretendíamos criar, e ela me pediu para incluir as espécies de coruja que mais admirava: a coruja de igreja (Tyto furcata) e a coruja orelhuda (Asio clamator).
Assim que chegaram as primeiras corujas, surgiu um interesse e amor sem igual por estas aves tão diferentes, e buscamos mais conhecimento sobre as espécies, seu manejo adequado, alimentação entre outros fatores, para podermos cria-las adequadamente. Logo depois solicitamos ao IAP a inclusão de novas espécies na nossa licença, nós queríamos o desafio de tentar reproduzir várias espécies de corujas em cativeiro, principalmente aquelas que não eram criadas em outros criadouros.
Quais espécies de coruja você disponibiliza hoje?
No momento apenas a coruja de igreja (Tyto furcata) está disponível para venda.
Já possuo matrizes de coruja orelhuda (Asio clamator) , buraqueira (Athene cunicularia), murucututu de barriga amarela e mocho do diabo para comercializar os filhotes futuramente. Temos algumas outras espécies, mas que ainda precisam ser pareadas.
Como você cria os filhotes de corujas? São imprintadas? Com qual idade você as envia para o seu comprador?
Nós incubamos os ovos em incubadoras artificiais, e criamos os filhotes manualmente, imprintando os filhotes para que eles fiquem mansos. Nós enviamos para seus compradores em media entre 35 a 40 dias, mas já teve cliente que preferiu retirar a ave adulta.
Quais são seus planos para o futuro?
Hoje ainda temos muita coisa que queremos estruturar melhor no criadouro. Mas nesse momento estamos focados nas corujas, e tentar reproduzir as espécies que os outros criatórios não tiveram interesse.
Tanto eu como minha esposa somos descendentes de holandeses que emigraram para o Brasil e tinham como princípios produzir com qualidade e honestidade. E isso também é o que nós queremos passar para os nossos clientes.
André e Renata Schuarts
(42) 99829-2735 (whatsapp)
(43) 9910-5189 (whatsapp)
andreschuarts@gmail.com
Interview André Harms Schuarts,
from Paradijs Vogel breeding center
André Harms Schuarts was born and raised in Curitiba in the state of Paraná, he studied zootechnics at UFPR, and is married to the biologist Renata Schuarts. They are now owners of the breeding center Paradijs Vogel, which sells several species of exotic and wild birds. His passion for birds began in childhood, and today we will know his story in the interview given to the sites Diário de Falcoaria and Corujando por ai.
A descendant of Dutch, Harms Schuarts was born and raised in Curitiba, but he was always in touch with the countryside, since his parents and family had properties in the countryside where he used to spend his school holidays.
His grandfather had a dairy farm, raised chicken and pigs. His mother tells him that when he was five years old, while visiting his grandfather, he would spend hours and hours watching the birds on the aviary and also in the gardens. His passion for birds only increased with time, and on his birthday no one had any doubts about the gift he most wanted: Birds!
At the age of 13 he began to breed pheasants, some parrots and other birds. When he was old enough to choose a future career, the tradition and insistence of his wife almost made him open a dairy, a very popular activity in the Dutch colonies in Brazil, an activity practiced by many of his family and friends. But he did not really feel fulfilled in this activity, his dream was to work with birds. He was decided to change his life, so he took his wife to visit some commercial breeding centers, and so they moved to Teixeira Soares and opened the breeding center Paradijs Vogel. Initially the pheasants were the birds chosen to start breeding, and later came the other species.
Tell us a little about the history of your breeding center. What is the most difficult part in the administration of a commercial breeding center?
Since I was a teenager, I´ve always dreamed of having a licensed breeding center to breed birds, I´ve always bred some species at home and some larger ones in the countryside, over time the number of birds increased and the number of species too, and then in 2015 we decided to license a commercial breeding center.
Initially the goal was to breed pheasants, and increase our number of these birds. With the regulation of wildlife projects going from IBAMA to the environmental agency of each state, and that by the end of 2015 Paraná regulated the operation of these enterprises within the state, the possibility of breading wild birds has also been opened (so far IBAMA had suspended the issuance of licenses for new ventures). When we submitted the application for management authorization to the IAP, we included several species of birds. The first couples came from other commercial breeding centers, from swapping with zoos, and from the environmental agencies that sent us birds that could not return to nature. In the case of owls, some have sequelae of accidents, usually because they have limited flight capacity.
Many breeders say that the great difficulty is in the environmental agencies, and criticize them a lot, I do not particularly see in this way, the Fauna department team of the Environmental Institute of Paraná has been doing a very good job, fast and efficient. Whenever I had any doubts about some bureaucratic aspect or needed a particular document, they were very attentive and quick to help me.
As for administration, there are difficulties, but they are easily overcome when the person really likes and is willing to work. It is an activity that requires great dedication, it is necessary to be present every day in the breeding center, it is not possible to be absent much more than a day. When I got married I could not take a few days of honeymoon!
Perhaps you would say that the greatest difficulty in running a breeding center is to think of all the details; with so many different species you have to be always aware of several factors: having a control of feed stock, fruits and medicines; always provide new perches; observe the pairs of each bird species and analyze their individual behavior; formulate different diets for each season of the year for all species raised; try to understand what went wrong in the previous breeding season and solve the possible problems, these are just a few simple examples of everyday things, apart from the unforeseen.
What is the greatest difficulty in breeding birds in captivity?
I believe it is knowing the proper manning for each species, once the technique is mastered everything becomes easier. But even so, not everything is predictable, for many wild or exotic species the information on each of them is scarce, and what works for a colleague will not necessarily work the same if it is repeated in your breeding place.
You need to know the needs of each species raised, and also know your birds as individuals. Having a sense of their general behavior in free life can often guide making decisions, allowing us to be able to meet certain needs. But one thing is certain, whoever enters this business just for the money does not go forward, you have to like it, love it and dedicate a lot, because it takes a long time to have profit, and it is not easy as it may seem.
What species are sold today and which is the most exotic?
The species I commercialize today are pheasants, mallards, peacocks, parrots, blue and yellow macaws (Ara ararauna) , Blue-winged macaw (Ara maracana), red shouldered macaw (Ara nobilis), golden colored macaw (Primolius auricollis) and owls.
The most exotic I think would be the Spectacled owl (Pulsatrix perspicillata) and the Azure jay (Cyanocorax caeruleus), although we have not started selling them. We also have the cheer pheasant (Catreus wallichii) that has become extinct in nature, but with important breeding work in captivity and subsequent reintroduction into nature, its wild population is being recovered, as is the case of the recently extinct Edwards pheasants (Lophura Edwardsi) in the wild.
Why did you decide to reproduce birds of prey? And why did you choose to breed so many species of owls?
When we made the breeding center project with the biologist Luis Roberto Francisco, who took care of all the bureaucratic part of it, we asked for the breeding authorization for two species of owls. I was talking to my wife about which species to include in the list of birds we intended to breed, and she asked me to include the owl species she most admired: the barn owl (Tyto furcata) and the striped owl (Asio clamator).
As soon as the first owls arrived, they increased our interest and love by these very different birds, and we searched for more knowledge about the species, their proper manning, feeding among other factors, so we could breed them properly. Soon after we asked the IAP to include new species in our permit, we wanted the challenge of trying to reproduce several species of owls in captivity, especially those that were not bred in other breeding centers.
What species of owl do you offer today?
At the moment only the barn owl (Tyto furcata) is available for sale.
I already own couples of striped owl (Asio clamator), burrowing owl (Athene cunicularia), Tawny-browed owl (Pulsatrix koeniswaldiana) and Stygian owl (Asio stygius) to sell the owlets in the future. We have some other species, but they still have to be paired.
How do you raise the owls? Are they imprinted? At what age do you send them to the buyer?
We incubate the eggs in artificial incubators, and raise the owlets manually, imprinting the owltes so they are tame. We send them to our buyers on average between 35 to 40 days, but we have already had a customer who preferred to take an adult bird.
What are your plans for the future?
Today we still have a lot that we want to structure better in the breeding place. But at this point we are focused on the owls, and trying to reproduce the species that the other breeding centers haven´t had interest.
Both I and my wife are descendants of Dutch who emigrated to Brazil and had as principles to produce with quality and honesty. And that's also what we want to pass on to our customers.
André e Renata Schuarts
(42) 99829-2735 (whatsapp)
(43) 9910-5189 (whatsapp)
andreschuarts@gmail.com
Entrevista a André Harms Schuarts del Creatorio Paradijs Vogel
André Harms Schuarts nació y creció en Curitiba en Paraná, estudió zootecnia en UFPR, es casado con la bióloga Renata Schuarts, y hoy son los propietarios del centro de cría Paradijs Vogel que comercializa diversas especies de aves exóticas e silvestres. Su pasión por las aves empezó en la niñez, y hoy vámonos conocer su historia en la entrevista dada para los sitios Diário de Falcoaria y Corujando por aí.
Descendientes de Holandeses, Harms Schuarts nació y creció en Curitiba, pero siempre estuvo en contacto con el interior, ya que sus padres y familiares tenían propiedades en el campo donde él pasaba sus vacaciones escolares.
Su abuelo tenía una granja de ganado lechero, granjas de pollo, y se dedicaba también a la creación de puercos. Su madre cuenta que a los cinco años, al visitar a su abuelo, se quedaba horas y horas observando las aves en la granja y también en los jardines de la hacienda. Su pasión por las aves sólo aumentaba con el tiempo, y en su cumpleaños nadie tenía dudas sobre el regalo que él más deseaba: ¡Pájaros!
A los 13 años de edad comenzó a crear faisanes, algunos psitácidos y otras aves. Cuando llegó la época de elegir en qué área actuaría, la tradición y la insistencia de su esposa casi lo hicieron abrir una lechería, una actividad muy popular en las colonias holandesas en Brasil, siendo practicada incluso por muchos de sus familiares y amigos. Pero él no se sentía realmente realizado en esta actividad, su sueño era trabajar con las aves. Decidido en cambiar su vida él llevó a su esposa a conocer algunos centros de cría comerciales, y así ellos se trasladaron a la ciudad de Teixeira Soares y abrieron el centro de cría Paradijs Vogel. Inicialmente los faisanes fueron las aves elegidas para iniciar el criadero, y más tarde vinieron las otras especies.
Cuente un poco de la historia de su centro. ¿Cuál es la mayor dificultad en administrar un centro de cría comercial?
Desde la adolescencia siempre tuve el sueño de tener un criadero licenciado para criar aves, siempre creé algunas especies en casa y otras más grandes en el interior, con el tiempo el plantel fue aumentando y el número de especies también, hasta que en 2015 decidimos licenciar un criadero comercial.
Inicialmente el objetivo era crear faisanes, y aumentar el plantel de esas aves. Con el hecho de que la reglamentación de los emprendimientos de fauna hayan pasado del IBAMA al organismo ambiental estatal de cada estado, y de que a finales de 2015 Paraná haya regulado la operación de esos emprendimientos dentro del estado, se abrió la posibilidad de crear aves también de la fauna silvestre (hasta entonces el IBAMA había suspendido la emisión de licencias para nuevos emprendimientos). Cuando enviamos la solicitud de autorización de manejo para el IAP, incluimos diversas especies de aves. Las primeras matrices vinieron de otros criaderos comerciales, de permuta con zoológicos, y de destinaciones de los organismos ambientales de aves que no podrían volver a la naturaleza. En el caso de los búhos algunos tienen secuelas de accidentes, en general por presentar capacidad limitada de vuelo.
Muchos creadores dicen que la gran dificultad está en los órganos ambientales, con muchas críticas a ellos, yo particularmente no veo de esta forma, el equipo del departamento de fauna del Instituto Ambiental del Paraná ha hecho un trabajo muy bueno, rápido y eficiente. Siempre que tuve alguna duda con respecto a algún aspecto burocrático o necesitaba un determinado documento, fueron muy atentos y rápidos en ayudarme.
En cuanto a la administración, hay dificultades, pero que son fácilmente superadas cuando a la persona realmente le gusta el trabajo y está dispuesta a él. Es una actividad que exige una gran dedicación, es necesario estar presente todos los días en el criadero, no es posible ausentarse mucho más de un día. Cuando me casé ni pude tomar unos días de Luna de miel.
Diría quizá que la mayor dificultad de administrar un centro es pensar en todos los detalles, con tantas especies diferentes usted tiene que estar siempre atento a varios factores: tener un control de stock de ración, frutas y medicinas; siempre disponer de perchas nuevas; observar las parejas de cada especie de aves y analizar su comportamiento individual; formular diferentes dietas para cada época del año para todas las especies creadas; tratar de entender lo que salió mal en la temporada reproductiva anterior y resolver los posibles problemas, estos son sólo algunos ejemplos muy simples de cosas diarias, sin contar con los imprevistos.
¿Cuál es la mayor dificultad para reproducir aves en cautiverio?
Creo que es saber el manejo adecuado para cada especie, una vez dominada la técnica todo se hace más fácil. Pero aun así no todo es previsible, para muchas especies silvestres o exóticas las informaciones sobre cada una de ellas son escasas, y lo que funciona para un compañero no necesariamente va a funcionar igual si se repite en su criadero.
Usted necesita conocer las necesidades de cada especie creada, y conocer también sus aves como individuo. Tener una noción del comportamiento general de ellas en vida libre muchas veces puede guiar decisiones acertadas, permitiendo que consigamos suplir ciertas necesidades. Pero una cosa es cierta, quien entra en ese trabajo sólo por dinero no va adelante, usted necesita gustar, gustar mismo y dedicarse mucho, porque el retorno financiero tarda mucho, no es fácil como puede parecer.
¿Cuáles son las especies comercializadas hoy y cuál es la más exótica?
Las especies que comercializamos hoy son faisanes, marruecos, pavos, loros, Guacamayo azulamarillo (Ara ararauna), Maracaná cara afeitada (Ara maracana), guacamayo noble (Ara nobilis), maracaná de cuello dorado (Primolius auricollis) y búhos.
La más exótica creo que sería el lechuzón de anteojos (Pulsatrix perspicillata) y la urraca azul (Cyanocorax caeruleus), aunque todavía no disponemos de jóvenes para la venta. También tenemos el faisán chir (Catreus wallichii) que llegó a ser extinto en la naturaleza, pero con un trabajo importante de reproducción en cautiverio y posterior reintroducción en la naturaleza, su población salvaje está siendo recuperada, así como en el caso de los faisanes Edwards (Lophura Edwardsi), recientemente declarados extinguidos en la naturaleza.
¿Por qué decidió reproducir aves de presa? ¿Y por qué eligió reproducir tantas especies de búhos?
Cuando hicimos el proyecto del criadero con el biólogo Luis Roberto Francisco, que cuidó de toda la parte burocrática, pedimos la autorización para dos especies de búhos. Yo estaba hablando con mi esposa sobre qué especies incluir en la lista de aves que pretendíamos crear, y ella me pidió para incluir las especies de búho que más admiraba: la lechuza de los campanários (Tyto furcata) y el lechuzón orelludo (Asio clamator).
En cuanto llegaron los primeros búhos, surgió un interés y amor sin igual por estas aves tan diferentes, y buscamos más conocimiento sobre las especies, su manejo adecuado, alimentación entre otros factores, para poder crearlos adecuadamente. Luego le solicitamos al IAP la inclusión de nuevas especies en nuestra licencia, nosotros queríamos el desafío de intentar reproducir varias especies de búhos en cautiverio, principalmente aquellas que no eran criadas en otros criaderos.
¿Cuáles son las especies de búhos disponibles hoy?
En el momento apenas la lechuza de los campanários (Tyto furcata) está disponible para la venta.
Ya poseo matrices de Lechuzón orejudo (Asio clamator), Mochuelo de madriguera (Athene cunicularia), Lechuzón acollorado chico (Pulsatrix koeniswaldiana) y Lechuzón negruzco (Asio stygius) para comercializar sus crías en el futuro. Tenemos algunas otras especies, pero que todavía necesitan ser pareadas.
¿Cómo envías las crías de las lechuzas, son improntadas? ¿Con qué edad las envía a su comprador?
Nosotros incubamos los huevos en incubadoras artificiales, y creamos las crías manualmente, las improntando para que ellas se amansen. Nosotros enviamos a sus compradores en promedio entre 35 a 40 días, pero ya tuvo cliente que prefirió retirar el ave adulta.
¿Cuáles son sus planes para el futuro?
Hoy todavía tenemos mucho que queremos estructurar mejor en el criadero. Pero en ese momento estamos enfocados en los búhos, e intentar reproducir las especies que los otros centros de cría no tuvieron interés.
Tanto yo como mi esposa somos descendientes de holandeses que emigraron a Brasil y tenían como principios producir con calidad y honestidad. Y eso también es lo que queremos pasar a nuestros clientes.
André e Renata Schuarts
(42) 99829-2735 (whatsapp)
(43) 9910-5189 (whatsapp)
andreschuarts@gmail.com
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