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Foto do escritorKátia Boroni

Entrevista André Costa

Atualizado: 21 de out. de 2020




 

Graças a um parque perto de sua casa, André Costa aos 10 anos começou a se interessar pelos animais e conheceu vários biólogos. Seu interesse pela falcoaria surgiu ao ver pela primeira vez uma ave em punho, isso com certeza fascina qualquer pessoa. Em 1998 já com 16 anos, ele conheceu o grande falcoeiro Fredy Pallinger graças a um amigo em comum, e assim teve o seu primeiro contato com a falcoaria. Na época ele manuseava o quiriquiri que o parque tinha recebido. Era uma época difícil, sem criadores comerciais, sem uma boa oferta de equipamentos para os treinamentos, pois apenas os integrantes da ABFPAR no Rio fabricavam equipamentos. Apesar da falta de informação e das dificuldades, a paixão pela Falcoaria só cresceria. Em 2000, assim que entrou na faculdade de Biologia, foi para Portugal fazer um estágio de um mês no zoológico de Lisboa. Lá ele trabalhou com a falcoaria aplicada à Educação ambiental, experiência essa que o marcou e o fez querer seguir por este caminho profissionalmente de volta ao Brasil.

Um apaixonado pela Educação ambiental, sempre se dedicou a ela profissionalmente e a considera como extremamente importante:

“Com a carência que as pessoas tem em viver perto de natureza, e com o excesso de informações boas e ruins disponíveis na internet, a educação ambiental é de fundamental importância para a conservação e desmistificação das espécies. Se não podemos ir até o ambiente para vivenciar a natureza, através da Educação Ambiental tentamos trazer a natureza até as pessoas”

Sua trajetória profissional começou com apresentações em uma unidade do Sesc em São Paulo, e elas fizeram tanto sucesso que passou a ser chamado para se apresentar em todas as unidades do Sesc do estado de São Paulo. Foi por isso que criou sua primeira empresa de Educação Ambiental, A Buriki Ambiental que já tem 12 anos de estrada.


Hoje ele é proprietário de duas empresas, a Apacanim eventos e turismo e a Buriki atividades ambientais. Apacanim é o nome indígena para o gavião de penacho (Spizaetus ornatus) e ela se dedica a realizar estudo do meio com escolas. A Buriki atividades ambientais é uma empresa de educação ambiental e palestras de inúmeros temas: falcoaria, apresentações com animais (cobras, lagartos, e outros animais legalizados), saídas para observação de aves, cursos de ilustração de natureza, Astronomia etc. Atualmente a Buriki também atua na área de produção replicas de dinossauros e fosseis, produzindo atualmente para um museu que será inaugurado em São José dos Campos. E ele já faz planos para o futuro:

“Espero no futuro ampliar ainda mais as áreas de atuação da Buriki e talvez investir em um local fixo totalmente voltado a essas vivências e atividades que hoje faço itinerante. A Buriki está sempre aberta para parcerias. Nos dias de hoje quem não faz parceria não cresce!”

Falcoaria


Em 2009 ele adquiriu a sua primeira ave, uma coruja de igreja (Tyto furcata) chamada Kainã, proveniente do Criatório Enfalco - MG, ave que permanece com ele até hoje. Ele roda toda São Paulo com sua coruja, participando de inúmeros eventos de Educação ambiental, gravação de campanhas publicitárias, entre outros trabalhos. Ele já teve outras espécies de aves de rapina, como o falcão de coleira (Falco femoralis), o gavião de cauda branca (Geranoaetus albicaudatus), mas por não ter tempo suficiente para treinar tantas aves, hoje mantém apenas a sua coruja e conta com seus parceiros Adriano e Miguel e suas aves para participar dos eventos.

Recentemente ele conseguiu ser fiel depositário de uma corujinha do mato (Megascops choliba), que foi encontrada depois de uma forte chuva e foi encaminhada a ele pelos órgãos ambientais.

André acredita que a falcoaria não é apenas a caça com aves de rapina, e sim todo o treinamento feito pelo falcoeiro com a sua ave, desde o amansamento até chegar ao ponto de caçar. Ele pessoalmente nunca se interessou pela parte da caça, por isso ele sempre treinou suas aves seguindo as técnicas de treinamento da falcoaria, só não praticando a sua última parte:


“A falcoaria nasceu como instrumento de caça, mas ela é um conjunto de técnicas utilizadas para se treinar uma ave de rapina. Há pessoas que consideram que falcoaria é apenas a caça, porém no meu ponto de vista a caça é o último estágio do treinamento, e pode ser cortado especialmente no meu caso, já que o meu objetivo não é o controle biológico, mas sim a educação ambiental.”

André acredita que é necessária uma abordagem diferente ao se procurar os órgãos públicos, que os falcoeiros brasileiros precisam perceber que não adianta bater de frente com eles, mas juntar forças e mostrar o incrível potencial que a falcoaria tem na preservação das espécies de rapinantes e na sua reabilitação.

“A gente tá indo para o caminho errado, não tem que mostrar que a falcoaria é algo para o homem caçar, e sim algo para preservar as aves, desde a reabilitação, controle de pragas e à educação ambiental. Na hora que os órgãos públicos começarem a perceber que dá para usar a falcoaria para o bem estar animal, é aí que vamos ganhar visibilidade e chegar aos nossos objetivos dentro da arte. Não adianta querer ir ao Ibama pedindo para liberar a falcoaria para caça, o Brasil é atrasado em tudo, não faz parte da nossa cultura. Em Portugal eu acompanhei falcoeiros no campo caçando com açor e parabuteo, por exemplo: se lá eles só podem caçar 10 lebres na temporada, e aparece a 11ª lebre, eles viram as costas e vão embora. Sabemos que aqui no Brasil dificilmente isso aconteceria, aqui as leis não são respeitadas, sabemos disso.”

Corujeiro


Nos seus eventos são levadas quatro aves de rapina, mas a coruja de longe é a que chama mais atenção. Infelizmente ele percebe o quanto as crendices populares ainda são responsáveis pelo preconceito em relação a estes rapinantes noturnos, assim como a inúmeras mortes por falta de conhecimento ou medo por todo o Brasil.

“As pessoas ainda acreditam em muitas lendas que mostram as corujas como vilãs, e isso causa a morte de inúmeras corujas diariamente em todo o país. É essencial desmistificar isso para a preservação das corujas. Também é importante ensinar sua importância para o equilíbrio ecológico, inclusive dentro de centros urbanos.”

André ainda alerta sobre a compra de corujas por impulso, sem nem ao menos conhecer informações básicas sobre a espécie como, por exemplo, o tipo de alimentação adequada. Isto causa inúmeros problemas, especialmente a morte de inúmeras aves que caem em mãos de pessoas com dinheiro, mas sem preparo.


“As pessoas acham que é fácil ter um animal desses. As pessoas tratam as corujas como se fossem cães, e isso pode causar inúmeros problemas comportamentais na ave. Infelizmente no Brasil você compra um animal como se fosse um objeto, basta depositar o dinheiro e o criador te vende o animal, não que esteja errado porque claro que é um comercio, mas assim os animais caem nas mãos não de quem conhece, mas de quem tem dinheiro.”

Ele inclusive alerta ao fato de que, infelizmente, muitas das corujas vendidas já morreram, por falta de instrução e falta de estrutura de quem compra. Para evitar isso é necessário fazer cursos de manejo, estudar muito e ter contato com a espécie antes de compra-la.

O perigo do veneno

Ele fala sobre o perigo do uso indiscriminado do veneno para matar ratos nas grandes cidades, e como as pessoas ainda não se dão conta de que mesmo nos centros urbanos há várias espécies de animais silvestres que vivem e podem ser afetadas por ratos envenenados.

“Ao andar nas cidades a gente olha pra frente e pra baixo, e acaba nem percebendo que há vida animal em outros lugares, dentro dos centros urbanos. E as pessoas não tem consciência do impacto que o envenenamento de ratos pode causar na vida das aves de rapinas, que se alimentam e acabam por morrer também envenenados nas cidades, além do impacto nos animais domésticos também.”

Educação Ambiental

André acredita que hoje na Falcoaria poucos realmente se interessam em contribuir na Educação Ambiental, verdadeiramente trabalhando com isso integralmente e com uma empresa, além de cumprir com tudo o que a profissão pede: “O que vemos são pessoas que possuem aves e pontualmente vão a algum lugar por convite para falar das aves e da falcoaria”. Porém destaca a participação dos falcoeiros nos eventos do Falconry Day que acontecem em todo o país, com atividades de Educação ambiental, como uma grande contribuição.

“A Educação ambiental e o entretenimento andam juntos. Não adianta levar uma ave para uma escola, por exemplo, se você não está atingindo o público. Eu vejo muito isso, muita falta de profissionalismo na educação ambiental, tem que encarar ela como uma profissão, estudar formas de atingir às pessoas, linguagem corporal, para evitar a inversão do seu objetivo. Por exemplo: você leva uma coruja em um evento, todo mundo acha lindo, e quer comprar sem saber como cuidar e manter, e ai você acaba causando mais problemas. Claro que não podemos ser hipócritas e dizer que não se pode ter uma coruja, mas você tem que despertar o interesse da pessoa em estudar antes de comprar uma ave de rapina. É hipocrisia dizer que é ruim comprar uma coruja se você tem uma coruja em casa, o que tem que deixar, é claro que não devemos comprar por impulso, que tem que picar ratos, que você precisa de umas duas horas por dia para treinar ela, a sujeira que ela faz, e aí muitas pessoas acabam desistindo por perceberem que por mais que gostem do animal, aquilo não funciona para elas. A própria pessoa tem que chegar nesta conclusão.”


E ele torce pelo futuro da Falcoaria Brasileira:

“ Acredito e torço pelo futuro da Falcoaria no Brasil em todos os aspectos, deixando as vaidades de lado e unindo forças logo conseguimos a visibilidade que a falcoaria deveria ter, e ai teremos a valorização da falcoaria pelos órgãos públicos.”

 

Interview André Costa

Buriki Enviromental Educational Activities

 


Thanks to a park near his home, André Costa at age 10 began to get interested in animals and met several biologists. His interest in falconry came when he saw a bird in the wrist for the first time, it certainly fascinates anyone. In 1998 he was 16 and met the great Brazilian falconer Fredy Pallinger, thanks to a mutual friend, and so he had his first contact with falconry. At that time he handled the American Kestrel that the park had received. It was a difficult time, without commercial breeders without a good supply of equipment for training, since only ABFPAR members in Rio manufactured equipment. Despite the lack of information and difficulties, his passion for falconry only grow. In 2000, as he started his biology major, he went to Portugal to do an internship of a month in the zoo of Lisbon. There he worked with falconry applied to environmental education, an experience that changed him and made him want to work with this back to Brazil.

A passionate about environmental education, he has always been dedicated to it professionally, and considers it extremely important:

"As people live far from nature and due to the excess of good and bad information available on the internet, environmental education is of fundamental importance for the conservation and demystification of the species. If we cannot go to the field to experience nature, through environmental education we try to bring nature to people."

His career began with presentations in a unit of SESC in São Paulo, and they were so successful that he was called to present in all SESC units in the state of São Paulo. That's why he created his first company of Environmental Education, The Buriki Environmental, that has been open for 12 years.

Today he owns two companies, Apacanim events and tourism and Buriki environmental activities. Apacanim is the indigenous name for the Spizaetus ornatus, and this company is dedicated to environmental studies with schools. The Buriki environmental activities is a company of environmental education and lectures of inumerous themes: falconry, animal presentations (snakes, lizards, and other legalized animals), bird watching activities, nature illustration courses, Astronomy etc. Currently Buriki is also involved in the production of replicas of dinosaurs and fossils, currently producing them for a museum to be inaugurated in São José dos Campos. And he is already making plans for the future:

"I hope in the future to further expand the areas of operation of Buriki and perhaps invest in a fixed location totally dedicated to these experiences and activities that I itinerant do today. The Buriki is always open to partnerships. Nowadays who doesn´t make partnerships doesn´t grow!"

Falconry

In 2009 he acquired his first bird, a barn owl (Tyto alba furcata) called Kainã, from the breeder Enfalco - MG, a bird that remains with him to this day. He goes all over São Paulo with his owl, participating in numerous Environmental Education events, recording advertising campaigns, among other works. He has had other species of birds of prey, such as the aplomado falcon (Falco femoralis), the white-tailed hawk (albicaudatus Geranoaetus), but as he´s not having enough time to train so many birds, now he only has his owl, and he his two partners Adriano and Miguel take their birds to the events. He recently managed to keep a tropical screech owl (Megascops choliba), which was found after a heavy rain and was sent to him by the environmental agencies.

Andrew believes that falconry is not just hunting with birds of prey, but all the training done by the falconer with his bird, from the taming to the stage of hunting. He personally was never interested in the hunting part, so he always trained his birds by following the falconry training techniques, just not practicing its last part:

"Falconry was born as a hunting tool, but it is a set of techniques used to train a bird of prey. There are people who consider that falconry is only a game, but in my point of view the game is the last stage of training, and can be cut especially in my case, since my goal is not the biological control, but education environmental."

André believes that it´s necessary a different approach when seeking the government, that Brazilian falconers need to realize it's no use to go up against them, but join forces and show the incredible potential that falconry has in the preservation of species of birds of prey and their rehabilitation.

"We're going the wrong way, we don´t have to show that falconry is something for the man go hunting, but something to preserve the raptors, since thought rehabilitation, pest control to environmental education. In the moment that the government starts to realize that falconry can be used for animal welfare, that´s when we will gain visibility and reach our goals within the art. There is no reason to go to Ibama asking to allow hunting trough falconry, Brazil is way behind other countries, it´s not part of our culture. In Portugal I followed falconers to the field hunting with goshawks and harris hawks, for example: if there they can only hunt 10 hares during the hunting season, and the 11th hare appears, they turn their backs and walk away. We know that here in Brazil it would hardly happen, here the laws are not respected, we know that. "

OWLS

In his events he uses four birds of prey, but the owl calls far more attention of the public. Unfortunately he realizes how popular beliefs or urban legends are still responsible for the prejudice against these nocturnal predators, as well as countless deaths for lack of knowledge or fear throughout Brazil.

"People still believe in many legends that show the owls as villains, and this causes the death of many owls daily across the country. It is essential to demystify it for the conservation of owls. It is also important to teach their importance to the ecological balance, including in urban centers. "

Andre also warns about buying owls on impulse, without even knowing basic information about the species, for example, the adequate kind of food. This causes many problems, especially the death of countless birds that fall into the hands of people with money, but without preparation or knowledge.

"People find it easy to have such an animal. People treat the owls as if they were dogs, and this can cause many behavioral problems in the bird. Unfortunately in Brazil you buy an animal as if it was an object, you just deposit money and the breeder sells you the animal, not that it´s wrong because of course it´s a business, but that´s how some animals fall into the hands not of those who know, but those who have money. "

He even alerts us to the fact that, unfortunately, many of the owls sold have already died due to the lack of knowledge or structure of their buyer. To avoid this it´s necessary to join manning courses, study hard and have contact with the species before buying it.

The danger of Poison

He warns us about the danger of the indiscriminate use of poison to kill rats in large cities, and how people still don´t realize that even in urban centers there are several species of wild animals that live and can be affected by rat poison.

"While walking in the cities we look forward and down, and we don´t realize that there is animal life within the urban centers. And people are not aware of the impact that rat poisoning can cause in the lives of birds of prey that feed and eventually die also poisoned in the cities, and its impact on domestic animals as well."

Environmental education

André believes that today in Falconry few people are really interested in contributing to environmental education, truly working with this full time and with a specific company, in addition to complying with everything this job demands: "What we see are people who have birds and occasionally go somewhere invited to speak about the raptors and falconry ". But he highlights the participation of falconers in events, such as the Falconry Day that takes place all over the country with environmental education activities, as a major contribution.

"Environmental education and entertainment go together, there´s no reason to take a bird to a school, for example, if you are not reaching the public in the correct way. I see this a lot, a lot of unprofessionalism in environmental education, it´s necessary to face it as a profession, to study ways to reach people, body language, to prevent the reversal of its goal. For example: you take an owl in an event, everyone is delighted, and want to buy one without knowing how to care and maintain it, and there you end up causing more problems. Of course we cannot be hypocritical and say that you cannot have an owl, but you have to raise the person's interest in studying before buying a bird of prey. It is hypocritical to say that it´s bad to buy an owl if you have an owl at home, you have to emphasize that we shouldn´t buy a raptor on impulse, you have to cut rats, you need a couple of hours a day to train the bird, and talk about the dirt that it does, and then many people end up giving up of having one, because they realize that even loving the animal, it wouldn´t fit his life The person himself has to reach to this conclusion. "

He cheers for the future of Brazilian Falconry:

"I believe and I cheer for the future of Falconry in Brazil in all aspects; leaving the vanities aside and joining forces soon we will get the visibility that falconry should have, and then we will have the appreciation of falconry by the government."

 

Entrevista André Costa – Buriki Actividades Ambientales

 

Gracias a un parque cerca de su casa, André Costa a los 10 años comenzó a interesarse en los animales y conoció varios biólogos. Su interés por la cetrería surgió al ver por primera vez un pájaro en el puño, lo que sin duda fascina a cualquiera. En 1998 ya con 16 años, se reunió con el gran cetrero Fredy Pallinger gracias a un amigo común, por lo que tuvo su primer contacto con la cetrería. En aquella época él manejaba un cernícalo americano que el parque había recibido. Fue un momento difícil, sin criadores comerciales, sin un buen suministro de equipo para los entrenamientos, ya que sólo los miembros de ABFPAR en Rio fabricaban equipos. A pesar de la falta de información y las dificultades, la pasión por la cetrería sólo creció. En 2000, cuando entró en la universidad de Biología, se fue a Portugal para hacer una práctica de un mes en el zoo de Lisboa. Allí trabajó con la cetrería aplicada a la educación ambiental, una experiencia que lo marcó y le dieron ganas de ir por este camino profesional de vuelta a Brasil.

Un apasionado por la educación ambiental, siempre se ha dedicado a ella profesionalmente y considera que es muy importante:

"Con la carencia que las personas tienen de vivir cerca de la naturaleza, y con el exceso de información buena y mala disponible en Internet, la educación ambiental es de importancia fundamental para la conservación y la desmitificación de las especies. Si no podemos ir hasta el ambiente natural para vivenciar la naturaleza, a través de la educación ambiental intentamos traer la naturaleza a la gente."

Su carrera comenzó con presentaciones en una unidad de SESC de Sao Paulo, y ellas fueran tan exitosas que él fue llamado a realizarlas en todas las unidades de SESC en el estado de Sao Paulo. Es por eso que él creó su primera empresa de Educación Ambiental llamada Buriki ambiental, que ya tiene 12 años.

Hoy él es dueño de dos empresas, Apacanim eventos y turismo y Buriki actividades ambientales. Apacanim es el nombre indígena para el águila crestuda real (Spizaetus ornatus) y ella se dedica a la realización de estudios ambientales con las escuelas. La Buriki actividades ambientales es una empresa de educación ambiental y que hace numerosas conferencias de los temas: cetrería, presentaciones de animales (serpientes, lagartos y otros animales legalizados), salidas para observación de aves, cursos de ilustración de la naturaleza, de astronomía, etc. Actualmente Buriki también actua en el área de réplicas de dinosaurios y fósiles, y está actualmente las produciendo para un museo que se inauguró en São José dos Campos. Y él ya está haciendo planes para el futuro:

"Espero en el futuro ampliar aún más las áreas de operación de Buriki y quizás invertir en un sitio fijo totalmente dedicado a estas experiencias y actividades que hoy hago de manera itinerante. Buriki está siempre abierta a las asociaciones. En estos días quién no se asocia no crece! "

Cetrería

En 2009 adquirió su primera ave, una lechuza (Tyto furcata) llamada Kainã, del centro de cría en Minas Gerais/Brasil ENFALCO, ave que permanece con él hasta el día de hoy. Él conduce por toda la ciudad de São Paulo con su lechuza, participando en numerosos eventos de educación ambiental, de grabaciones de campañas publicitarias, entre otros eventos. Ha tenido otras especies de aves rapaces, como el halcón aplomado (Falco femoralis), el gavilán coliblanco (albicaudatus Geranoaetus), pero como no tiene suficiente tiempo para entrenar tantas aves, ahora sólo mantiene su lechuza y cuenta con Adriano y su compañero Miguel y sus aves para participar de los eventos. Recientemente logró tener la autorización para mantener una lechuza autillo chóliba (Megascops choliba), que fue encontrada después de una lluvia pesada y fue dirigida a él por las agencias ambientales.

André cree que la cetrería no es sólo la caza con aves de presa, pero todo el entrenamiento realizado por el cetrero con su ave, desde el amansamiento hasta el punto de la caza. Él, personalmente, nunca se interesó por la caza, por lo que siempre entrenó a sus aves siguiendo las técnicas de entrenamiento de la cetrería, solamente no practicando su última parte:

"La Cetrería nació como una herramienta de caza, pero ella es un conjunto de técnicas que se utilizan para entrenar a un ave de presa. Hay personas que consideran que la cetrería es sólo la caza, pero en mi punto de vista la caza es la última etapa del entrenamiento, y se puede cortarla especialmente en mi caso, ya que mi objetivo no es el control biológico, sino la educación ambiental".

André cree que es necesario un enfoque diferente al buscar los organismos públicos, que los cetreros brasileños tienen que darse cuenta de que no hay sentido en ir en contra de ellos, sino unir fuerzas y mostrar el increíble potencial que tiene la cetrería en la preservación de las especies de rapaces y en su rehabilitación.

"Estamos siguiendo por el camino equivocado, no hay que demostrar que la cetrería es algo para el hombre cazar, sino que es algo para preservar las aves, desde la rehabilitación, el control de plagas y la educación ambiental. En el momento en que los organismos públicos empiecen a darse cuenta de que es posible usar la cetrería para el bienestar animal, es ahí donde ganaremos visibilidad y alcanzaremos nuestros objetivos dentro del arte. Es inútil ir al Ibama pedir que liberen la cetrería para la caza, Brasil es atrasado en todo, eso no hace parte de nuestra cultura. En Portugal acompañé cetreroa al campo para la caza con azor y parabuteo, por ejemplo: si allí ellos sólo pueden cazar 10 liebres en la temporada y aparece la liebre nº11, ellos dan la espalda y se van. Sabemos que aquí en Brasil eso casi nunca iba a pasar, aquí las leyes no se respetan, sabemos de eso".

Lechuzas

En sus eventos se llevan cuatro aves de presa, pero la lechuza es la que más llama la atención de todos. Por desgracia él se da cuenta de cómo las creencias populares siguen siendo responsables por el prejuicio contra estas rapaces nocturnas, así como un sinnúmero de muertes por falta de conocimiento o miedo en todo Brasil.

"La gente todavía cree en muchas leyendas que muestran las lechuzas como villanos, y esto causa la muerte de muchos búhos todos los días en todo el país. Es esencial desmitificar eso para la conservación de los búhos. También es importante enseñar su importancia para el equilibrio ecológico, en particular en los centros urbanos ".

André también advierte sobre la compra de lechuzas y búhos por impulso, sin saber siquiera la información básica sobre las especies, por ejemplo, el tipo de alimentación adecuada. Esto causa muchos problemas, especialmente la muerte de numerosas aves que caen en las manos de personas con dinero, pero sin preparación.

"La gente cree que es fácil tener un animal de esta especie. La gente trata a los búhos como si fueran perros, y esto puede causar muchos problemas de comportamiento en el ave. Por desgracia, en Brasil tu compras un animal como si fuera un objeto, simplemente deposita el dinero y el creador te vende el animal, no es que eso sea malo, porque por supuesto que es un comercio, pero es así que los animales caen en manos no de los que saben, pero de los que tienen dinero".

Él dice que, lamentablemente, muchos de los búhos vendidos se han muerto por falta de conocimiento y falta de estructura por quien los compra. Para evitar esto es necesario cursos de manejo de aves de presa, estudiar mucho y tener contacto con la especie antes de comprarla.

El peligro del veneno

Él habla sobre el peligro del uso indiscriminado de veneno para matar ratas en las grandes ciudades, y cómo la gente todavía no se da cuenta de que incluso en los centros urbanos hay varias especies de animales silvestres que viven y pueden ser afectados por el veneno para ratas.

"Al caminar en las ciudades miramos hacia adelante y hacia abajo, y así no nos damos cuenta de que hay vida animal en otros sitios, dentro de los centros urbanos. Y la gente no es consciente del impacto que el envenenamiento de ratas puede causar en la vida de las aves rapaces que se alimentan y finalmente mueren envenenadas también en las ciudades, y el impacto sobre los animales domésticos, también".

André cree que hoy en la cetrería pocos realmente se interesan en contribuir a la educación ambiental, verdaderamente trabajando con eso integralmente y con una empresa, además de cumplir con todo lo que la profesión pide: "Lo que vemos son personas que tienen aves y ocasionalmente van a algún lugar invitados para hablar de las aves y de la cetrería ". Pero destaca la participación de los cetreros en los eventos del Día de la cetrería (Falconry Day) que ocurren en todo el país, con actividades de educación ambiental, como una contribución muy importante.

"La educación ambiental y el entretenimiento van de la mano. No es suficiente llevar un ave a una escuela, por ejemplo, si tú no alcanzas al público. Veo mucho esto, una gran falta de profesionalismo en la educación ambiental, hay que considerarla como una profesión, estudiar formas de alcanzar a la gente, el lenguaje corporal, para evitar la reversión de su objetivo. Por ejemplo: tú llevas un búho en un evento, todo el mundo está encantado, y quieren comprar uno sin saber cómo cuidarlo y mantenerlo, y entonces tú causas más problemas. Por supuesto que no podemos ser hipócritas y decir que no se puede tener una lechuza, pero tienes que despertar el interés de la persona en el estudio antes de comprar un ave de presa. Es hipocresía decir que es malo comprar una lechuza si tienes una en su casa, tú tienes que dejar claro es que no se debe comprarla por impulso, hay que cortar ratas, se necesita un par de horas al día para entrenarla, la suciedad que ella hace, y muchas personas terminan renunciando a el deseo de tener una porque se dieron cuenta que, por mucho que amen el animal, no funciona para ellas. La persona misma tiene que llegar a esta conclusión ".

Y desea un futuro aún mejor para la cetrería brasileña:

"Creo mucho en el futuro de la cetrería en Brasil en todos los aspectos, dejando a un lado las vanidades y uniendo fuerzas pronto conseguiremos la visibilidad que la cetrería debería tener, y entonces tendremos la apreciación de la cetrería por los organismos públicos." *v*

 

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